A colaboração entre Vivienne Westwood e os Sex Pistols constituiu um dos marcos mais significativos na história da moda e da música britânicas. A relação criativa estabelecida entre Westwood e Malcolm McLaren, que se tornaria o empresário da banda, foi fulcral para a construção da imagem provocadora e revolucionária do grupo. Foi na boutique da estilista — entretanto rebatizada SEX — que a estética punk ganhou forma visual: T-shirts rasgadas com frases incendiárias, alfinetes de dama como adereços, bondage wear e peças em couro que desafiavam abertamente as convenções morais e sociais da época. Através do guarda-roupa concebido por Westwood, os Sex Pistols tornaram-se ícones visuais de uma subcultura em ruptura com o sistema. A moda, neste contexto, deixou de ser meramente decorativa para assumir uma dimensão política e contestatária. Westwood, ao vestir a banda, não apenas consolidou o seu estatuto como criadora de vanguarda, como também contribuiu para a difusão global da estética punk enquanto forma de resistência e crítica social.